Qual é o lugar da Felicidade?
Qual é o lugar da Felicidade?
Será que a narrativa da realização de todos nossos desejos nos garantiria o acesso pleno à felicidade?
Como ponto de partida para encontrar essa resposta, é necessário refletir sobre a viabilidade concreta da satisfação total de nossos desejos... seria possível?
Quando pensamos sobre o assunto, nos deparamos com seu aspecto infinito, pois somos indivíduos eternamente desejantes - quando alcançamos a realização de um sonho, em seguida outro se apresenta.
A medida que temos contato com a realidade externa por meio da socialização, desejos e necessidades emergem: alguns possíveis e outros não.
Frequentemente a mídia e as redes sociais apresentam protótipos de felicidade na sociedade, que são compreendidos por algumas pessoas como referencial de sucesso. Oposto a esta referência externa, conhecer os aspectos da nossa realidade interna e nossas prioridades, será mais agregador ao invés de pautar-se na idealização do que nos é apresentado.
Neste sentido, a felicidade total pode ser repensada pela via da alternância presente no ciclo de nossas vidas: há momentos que estamos tristes por determinados motivos; e momentos em que a alegria e a realização predominam. Percebê-los sob a perspectiva da flexibilidade e não como algo rígido e estanque, nos propicia esperança em saber que há possibilidades de mobilidade.
A redescoberta da singularidade na forma de se viver, priorizando condições mais saudáveis e prazerosas, acompanhadas pelo entendimento que as insatisfações são uma parte da vida; nos endereça à ampliação da visão sobre nosso maior potencial de felicidade: nossos recursos internos, nossa rede de apoio externa e os relacionamentos significativos que temos, no tempo presente.
Daniele Regina Pacher
Psicóloga Clínica
CRP 24/01538